segunda-feira, 10 de março de 2008

Música

Se alguém pedir para eu explicar o que é música, serei obrigado a voltar um pouco no tempo. A minha relação com a música é longa. Tenho 25 anos, mas, desde os cinco de idade, eu tinha como obrigação ver clipes diariamente. Sempre antes de ir à escola, eu sentava pra ver A-Ha e Queen. Take on Me e Radio Ga Ga foram os sons da minha infância. Outra lembrança que me vem à cabeça é uma apresentação, na época do Jardim II, em que a turma fazia uma coreografia de dança para as meninas e de guitarristas para os meninos. Nossa, eu viajei naquele dia. Solos inspiradíssimos na guitarra de papelão. Tenho certeza de que eu ganharia qualquer concurso de Air Guitar.

Depois, eu sei que não havia uma trilha sonora para a minha infância, mas, com a chegada da adolescência, a suposta necessidade de afirmação fez com que eu deixasse de gostar de Dance Music e passasse a gostar, ou voltar a gostar, de rock. Por sorte, a metade da década de 90 foi recheada de bandas inovadoras. Perdi o auge do Nirvana. Acabei comprando algumas coisas, mas só comecei a gostar depois do suicídio do Kurt. Eu estava mais interessado em um som mais ensolarado, mais alegre do que o clima de Seattle. Nos anos de 1994 e 1995 bastava ligar o som na Rádio Cidade para ouvir Basketcase, She e When I Come Around. Eu telefonava todo dia, várias vezes para pedir as músicas do Green Day.

A MTV, em seus primeiros anos, era muito mais dedicada a primeira letra de sua sigla. Muitos clipes, programação diversificada e segmentada e horários sérios. Essa combinação preenchia o que eu queria naquela época. Por volta dos treze anos eu só queria ver clipes, assistir às maluquices do Cazé no Teleguiado, descobrir bandas novas no Lado B e ver a Sabrina de biquíni dos programas gravados nas praias.

Eu estava aprendendo na marra a tocar bateria. Já gostava, por causa do grande amigo Diogo, a gostar mais de Oasis do que de Green Day. Eu, ele e o baixista Caio íamos ensaiar nossas versões de músicas que, pelo menos para nós três, eram clássicos. A gente tentava tocar Oasis, Verve e depois ia jogar bola no play do prédio do Diogo. Resolvi sair da Fire in the Sky porque não estava indo bem no colégio. Rock’n’ Roll tem um pouco disso. Primeiro é rebeldia, faz você o centro das atenções e preocupações. Depois vira coisa de nostálgico. Quem olhar minha mesa do computador verá meus vinis, mesmo que eu não tenha como convertê-los em mp3.

Além disso, bem atrás dessa mesa estão os meus duzentos e poucos cd’s. que eu não abro mão. Quero ver quem vai me convencer que baixar música na Internet substitui o prazer de comprar um álbum e ficar vendo encarte, letras. Já na faculdade, eu fui chamado por um amigo em comum do Rostan, ex-vizinho e vocalista de outra banda cover da qual participei, a Acquiesce, a tocar na Tioyama. Entrei, fiz uma letra, tentei mudar o nome da banda e não consegui. Acabei saindo no meio das gravações do cd demo. Não estava gostando de gravar e estava um pouco frustrado de tanto perder domingos de praia para poder ensaiar no bairro do Rio Comprido.

Por último, gostaria de falar apenas alguns shows que fui. Oasis, Rock in Rio III nos dias 14 e 21, Bush, Mamonas Assassinas, Barão Vermelho, Nando Reis, Skank, Capital Inicial, Jota Quest, Fat Boy Slim, Eric Clapton, Marisa Monte, Frejat, Brittos, Pearl Jam, Anna Carolina e Totonho Villeroy, Bad Religion, Paralamas do Sucesso, Alanis Morissette e por aí vai.


Discos essenciais: Costello Music dos Fratellis, Morning Glory e The Masterplan do Oasis, The Bends e Ok Computer do Radiohead, Dookie do Green Day, Revolver dos Beatles.

Nenhum comentário: