quinta-feira, 29 de abril de 2010

Negão Doce


Sem vergonha alguma, até porque não era motivo de provocação ou brincadeira, seu carro é conhecido como Negão Doce. A conotação sexual é inevitável. E é justamente essa maneira de chocar todo mundo que deixa a Bárbara toda orgulhosa.
Falar de uma saga freudiana, que começou com Barbies e Kens na infância, é muito simplista e mentiroso. Afinal, ela jamais gostou de brincadeiras prontas, de plástico, compradas na rua. Bárbara criava jogos, contava histórias e nomes.
Por isso, não interessava se a boneca se chamava Susy, Barbie ou Bebê Pipi. O negócio dela era criar nomes para as coisas. Também não é certo imaginar que essas características faziam com que Bárbara fosse uma personagem da Clarice. Não havia ironia, nem maldade, nem recompensas pela sua mania de nomear as coisas. Ela não era nem a dona do livro, muito menos a magrinha sofredora.
Por falar em sofrimento, já adolescente, Bárbara perdeu alguns namorados porque não resistia ao impulso de impor um apelido mais escandaloso a cada um deles. Às vezes os apelidos ligavam as características de ex e atual. Lá vai o Esse Também não Faz Nada. Nome e sobrenome.
Então, com esse mesmo viés safado é que surgiu o Negão Doce, seu passatão, como era conhecido pelos amigos. Na verdade, foi uma aposta, uma resposta a um desafio de um grupo de amigos após uma noitada. Duvidaram que ela tivesse coragem de pedir para o frentista limpar bem o Negão Doce.

 














Dois reais na mão do José e começou o mito. Agora, todos os finais de semana, ela desce até a garagem, liga o som, abre as portas do Negão Doce e pensa na vida. Enquanto a água ensaboada desce pelo ralo, um vizinho imagina na varanda o que Bárbara faz da vida.

domingo, 18 de abril de 2010

A Importância da EAD

 
A preocupação das pessoas em se aperfeiçoar cada vez mais fez a Educação a Distância (EAD) mudar de foco. Não apenas os cursos mais voltados às atividades práticas ou técnicas são procurados e ofertados. Há cada vez mais cursos de graduação e especialização que se valem da EAD, principalmente no formato on-line, para os mais variados tipos de alunos.
Além de uma modalidade de ensino, a EAD também é um objeto de pesquisa e discussão. O assunto é muito recorrente por causa das oportunidades no mercado de trabalho para tutores, conteudistas e desenhistas instrucionais. Camilla Araujo, aluna de pós-graduação em Tecnologia Educacional e desenhista instrucional, destaca a importância da EAD.
 - Sendo mediada por tecnologias e tendo o aluno e professor em ambientes físicos diferentes, a modalidade a distância de ensino mostra-se uma forma adequada para atender a inúmeras demandas dos estudantes mundo moderno, afirmou Camilla.
Camilla também avalia que muitos dos preconceitos em relação à EAD estão diminuindo em razão dos resultados apresentados.
 - Em alguns casos, com a adequada análise da demanda do público-alvo e o correto planejamento e a implementação do curso, é possível que os alunos tenham um rendimento até mesmo melhor do que o de alunos da educação presencial. Isso, inclusive, já foi comprovado pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), afirmou a desenhista instrucional.
Os professores também são um público muito forte para a EAD. Inúmeras iniciativas governamentais almejam a capacitação e atualização dos professores da rede pública. Um dos exemplos mais claros pode ser visto na página WebEduc, portal do Ministério da Educação que oferece objetos de aprendizagem e outros conteúdos educacionais de livre acesso.
Para garantir a qualidade dos cursos feitos a distância, é necessário que haja uma avaliação criteriosa. Assim, as condições dos cursos seriam melhores e, consequentemente, a desconfiança com a eficiência do ensino a distância iria diminuir ou, quem sabe, deixar de existir. O grande desafio, portanto, não é provar se os cursos a distância funcionam ou não, mas sim garantir a qualidade deles.  

Esse texto também foi postado no blog e-Ducação na Rede.