quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

É um diamante musical


Tudo começou com a cover da música "Sexual Healing" (clássico de Marvin Gaye) que ouvi em algum comercial de TV. A nova roupagem com aquela batida meio soul chamou atenção dos meus ouvidos. Fui atrás e de "brinde" achei um álbum completo do Ben Harper. O cara é cantor, compositor, surfista, ativista social, talentosíssimo e amigo do também surfista, cantor, famoso, boa praça, Jack Johnson.

Quando atentei para todos os detalhes do surfista musical, já achei que estilo dele era aquela linha surfmusic mesmo, reggae (que não é minha praia), mas não. Me surpreendi. O cara tem vocal forte, pegada de Jimi Hendrix da guitarra (opinião particular), flexibilidade musical que vai de parcerias com "gente grande" como Pearl Jam, covers de Led Zeppelin, tudo muito bem executado e com ótimos arranjos, graças a banda que o acompanha atualmente em suas turnês, The Innocent Criminals.

A partir daí, não parei mais de ouvir, virei fã. As performances ao vivo são esporros sonoros e tem para todos os gostos. Ano passado Ben Harper deu as caras no Brasil, num festival em Salvador, e, recentemente, fez uma parceria com a cantora Vanessa da Mata. A canção dos dois, a mais chiclete de 2007, é a bilíngue Boa Sorte/ Good Luck.

Resumindo, Ben Harper é musicalmente indicado tanto para quem gosta de ouvir um som tomando água de coco ao ar livre, quanto para quem quer explodir numa festa de rock'n' roll.

Indicações:
Para água de coco: "Sexual healing", "Beloved one"
Esporro: "Temporary remedy"

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Osso duro de roer

Tropa de Elite ganhou o Urso de Ouro e mostrou a importância que o primeiro verdadeiro blockbuster nacional conseguiu na cola da pirataria e da discussão em todos os meios de comunicação. Não vou falar aqui de correntes políticas em relação à conduta policial. Considero um absurdo discutir ideologia sobre uma função óbvia como a da segurança pública - proteger o cidadão -, mas é inquestionável que a violência não pode ser combatida apenas com repressão extremada.

O filme de José Padilha faria sucesso em qualquer momento por causa da violência das grandes cidades, principalmente no Rio de Janeiro, palco da trama sobre o Bope. Motivo de piada e responsável pelo surgimento de várias gírias, Tropa de Elite foi o responsável pela maior discussão sobre segurança pública motivada por um produto cultural, mas eu confesso que não tinha muita expectativa sobre o sucesso da película. O primeiro contato que tive com o filme foi na Aliança Francesa. Eu ainda lia o livro quando vi o anúncio, que convocava pessoas para atuarem como figurantes. Confesso que não liguei para a produção porque não senti força na história.

Tropa de Elite, combinação de violência, corrupção, temas polêmicos e atores globais de novela de sucesso, no entanto, virou febre e tomou conta até de programas humorísticos. Tom Cavalcante fez uma paródia muito engraçada, em que brinca atribuindo características homossexuais aos personagens. Deixo claro que considero engraçado porque é inusitado ver policiais do Bope migrarem para o Bofe, sem preconceitos. Se quiser ver um pedaço, clique aqui.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Spam


O ambiente é propício para pensamentos tecnológicos quando se está em uma aula de pós-graduação de Mídias Digitais, mas não tenho como evitar escrever aqui sobre um assunto que é tão recorrente quanto spams em sua caixa de mensagens. E o tópico principal desse texto é justamente o lixo que invade nossos e-mails, ocupando espaços e prejudicando os computadores de quem cai nas armadilhas embutidas nas mensagens. Quem não recebeu ainda algum recado no orkut com aquelas frases carinhosas e maliciosas de mulheres com fotos em trajes mínimos ou nenhum?

Uma dessas pegadinhas mais recentes saiu no Globo Online nesse sábado. É claro que o destaque foi dado por se tratar de uma das principais atrações da TV Globo, mas não se pode negar que o chamariz realmente atrai a atenção de dois públicos: homens e pessoas com alta dose de interesse sobre tragédias alheias. Um suposto acidente com a Juliana, participante do BBB 8, está sendo divulgado por e-mail com as imagens do ocorrido.

Felizmente eu não fui enganado com essas trapaças virtuais, mas juro que, salvo alguns spams que são muito bem feitos, é difícil cair nesses golpes que tentam estragar nossos computadores porque eles são muito mal feitos. Erros de português e e-mails suspeitos são constantes. Essa figura aí ao lado é que está sendo anexada à mensagem. Pode clicar e salvar à vontade que não é trojan.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Inusitado

O que é inusitado para você? Lembro uma vez numas daquelas lições básicas de jornalismo que aprendemos assim que entramos para a faculdade. O professor falava, tentava buscar da gente de uma maneira um tanto quanto socrática, digamos, como definir o que é uma matéria jornalística, o que merece virar notícia. Na ocasião, ele disse que uma das possíveis explicações para notícia é todo o fato inusitado que desperta a atenção do público. E isso que fique bem claro. O importante é o que o leitor vai achar diferente, o que vai fazer ele parar ao lado da banca de jornal para ler as manchetes do dia.

Não estou escrevendo aqui para passar orientações para estudantes de jornalismo. Também não pretendo definir aqui o que é notícia. Voltarei ao inusitado. Estava no ônibus e, por causa de uma pinta que tenho no pescoço, vivi a situação inusitada da semana. Esse sim é o motivo de estar aqui escrevendo. Um senhor, aparentemente quarenta anos, que estava acompanhado de sua mãe, começou a me aconselhar sobre o que eu deveria para retirar tal incômodo do pescoço. "Vai lá na Santa Casa. Lá é baratinho, custa uns cento e poucos reais. Você sabe onde fica a Santa Casa? Lá tem uma portinha escrota, você soebe uma escada de merda e vai até o quarto andar. É lá! Os médicos são bons, dão aula em faculdade. Não são esses jovens merdas que acabaram de sair da faculdade sem saber porra nenhuma", disse o senhor prestativo.

Depois dessa demonstração de boa vontade com o meu estado de saúde e com o possível câncer de pele que eu posso desenvolver por causa do meu sinal, eu agradeci e fiquei pensando como eu sou sortudo de numa hora dessas não ser um "médico merda que acabou de se formar". Ainda bem que na hora que isso aconteceu eu era apenas um jovem jornalista procurando emprego. Espero comentários sobre situações inusitadas, mas não me surpreenderei com outras respostas inusitadas. A foto ao lado é da Santa Casa, no Centro do Rio.