quarta-feira, 5 de maio de 2010

Ao som de Fiona Apple ou Regina Spektor



Gente, eu quero é que se dane. Isso pode parecer um desabafo, mas não há sentimento mais forte em mim agora do que a satisfação. Depois de anos de espera, a vontade de deixar tudo se danar é pouco. Sabe o que passei? Não, então posso começar a contar de verdade agora. Não vou fazer daqui uma propaganda do Nextel. Acho aquilo horrível, uma maneira das celebridades ganharem dinheiro e ainda encherem o rabo de grana.

Se você está achando que uma mulher não pode falar palavras duras ou feias, foda-se. Falo e repetiria. Considero que palavrão tem hora e paciência também. Então, para encurtar a espera dos ansiosos e curiosos, vou revelar logo. Sabe que mulher é verborrágica, mas do que a palavra em si pode parecer. Verborrágica.

Minha fúria hoje merece um dia de fúria, um grito, um quadro do Edvard Munch. Estou desesperada pela minha situação. Quero ver alguém passar pela dúvida e angústia e demonstrar clareza. Vou casar daqui a um mês. Melhor, ainda acho que vou. Sempre fui criada da melhor maneira como uma filha caçula merece. Sim, eu acho que todos os mimos são pouco.

Desenvolvi minhas capacidades, estudei, consegui um bom emprego e ganho mais do que meia dúzia de assistentes e estagiários juntos, mas vou casar mês que vem. Na verdade, daqui a vinte e sete dias. Mas o mais provável, como já disse é que não aconteça. Até queria, mas agora que sei que a cerimônia pode não acontecer, abri mão das minhas obrigações com os outros. Acho até que minhas obrigações só são minhas se forem unicamente para mim, coisa que não vem acontecendo.

Espero que nos próximos vinte e seis dias eu tenha uma luz, uma boa ideia e consiga sair dessa situação, casada ou não. Ai, acho que me abri demais. Não sei o que me dá. Vou viver e esperar que o que passei não interfira mais na vida de mulher nenhuma nesse mundo.

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